sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Fanfic: Um dia para recomeçar





Por Rana Butterfly Uchiha
One-shot


Disclaimer: Os personagens de Naruto pertencem a Masashi Kishimoto-sama. Só vou pegá-los emprestado um pouquinho.


Parecia que tudo havia acabado; os sonhos, a esperança, a felicidade. Sabe quando você está assim, já sem fé alguma, praticamente desistindo de acreditar que algo vai acontecer e mudar aquela sensação horrível de abandono e incompreensão? Era exatamente assim que Haruno Sakura se sentia.

Sakura é uma menina de seis anos que mora na cidade de Hokkaido no Japão. Tem cabelos róseos até a cintura e olhos verdes. Freqüentemente, presencia as brigas de seus pais. Na véspera de seu aniversário de sete anos, ela recebeu uma noticia inesperada: seus pais iriam se divorciar. Aquilo foi como se o chão sob seus pés desmoronassem. Tudo bem que seus pais não estavam mais se entendendo como antes, mas Sakura realmente pensava que eles poderiam voltar a se amar novamente e essas brigas finalmente teriam seu fim um dia. Porém, aconteceu justamente o contrário do que ela havia imaginado.

[Sakura’s POV]

Não queria acreditar no que minha mãe estava dizendo. Para mim, ela só dizia aquilo por que estava com raiva de meu pai. Corri na direção dele a fim de que me dissesse que aquilo que eu acabara de ouvir era uma brincadeira de mau gosto. Para minha infelicidade, o que ela disse era a mais pura verdade. Fui em disparada para meu quarto e tranquei a porta. Desabei em cima da minha cama e chorei... Chorei... Até que adormeci. Acordei algumas horas depois, com meus pais brigando novamente. Eles estavam na cozinha, que fazia divisa com meu quarto. Minha casa não era muito grande, tinha sala, um banheiro, três quartos, cozinha, sala de jantar e quintal. Fiquei mais alguns minutos deitada em minha cama, olhando para o teto do quarto... Pensando. O meu quarto era o lugar que eu mais gostava de ficar, pois era o único que meus pais não ficavam entrando e saindo direto. E, geralmente, eu gostava de ficar sozinha então esse era o único lugar no qual eu podia ter esse luxo. Meu quarto era simples: suas paredes eram na cor lilás, a cama ficava de frente para a janela e do lado dela havia um criado-mudo, ao lado da porta tinha o meu guarda-roupa e em frente a minha cama tinha uma mesinha com a minha televisão. Após pensar um pouco eu concluí que talvez fosse melhor eles se separarem mesmo. Melhor para eles e para mim também. Não agüento mais tantas brigas. Levantei-me e fui em direção a cozinha, que, agora, já se encontrava em total silêncio.
Passou-se um mês e meus pais já estavam separados. Fiquei morando com minha mãe. As brigas entre eles finalmente acabaram. Eu já estava me acostumando com a idéia do divórcio deles. Meu pai me visitava todos os fins de semana, depois passou a ir somente uma vez por mês e então parou de ir me ver completamente. Os anos que se seguiram foram tranqüilos. Depois de tanto tempo, a paz, finalmente, havia chegado a minha casa.
Quando eu tinha dez anos, minha mãe me disse que estava apaixonada por um homem e que, provavelmente, eu o conheceria em breve. Realmente não demorou muito. Duas semanas depois, o homem de quem ela falara foi em nossa casa. Ele era alto, moreno e aparentava ser chato, seu nome era Hideki Kazama. Logo de cara, eu não gostei dele. Conversamos um pouco e, algum tempo depois, ele foi embora. Como eu não tinha nada para fazer e não tinha muitos amigos, resolvi ir para o meu quarto. Não completou nem um ano de namoro e minha mãe se casou com o Senhor Hideki. Ele passou a morar conosco. Alguns meses depois ele começou a mostrar o seu verdadeiro lado: autoritário e egoísta. Para ele as coisas nunca podiam ser do nosso jeito, tinham que ser do jeito dele. E minha mãe, cega pelo amor que sentia por ele sempre fazia os seus gostos. Nunca entendi esse amor absurdo que ela sentia por ele. Ele podia a tratar mal, falando coisas que a magoariam, mas ela o perdoava. Sempre o perdoava. E o que eu mais odiava era quando ele brigava com minha mãe por coisas banais e no final dizia que a culpa de eles estarem brigando era dela. Parece que fazia aquilo de propósito, somente para ver minha mãe se humilhando diante dele, pedindo desculpas, mesmo que ele soubesse que a culpa de eles estarem brigando na verdade era dele. Eu não o suportava mais. Não escondia a raiva que sentia dele, nunca escondi. Um dia, porém, as coisas passaram do limite. Do nada ele começou a brigar com minha mãe e no final disse que a culpa de todas essas brigas era minha. Que eu estava atrapalhando a vida dos dois. Fiquei perplexa com a cara-de-pau dele, mas me senti realmente mal quando escutei minha própria mãe dizer que talvez ele estivesse certo. Aquilo para mim foi a gota d’água.

“O que ela sentia por ele era tão forte assim a ponto de escolher ele ao invés de mim, sua própria filha? Ou eu realmente seria a culpada por todas as coisas de ruim que aconteciam na vida dela? Se for a segunda opção, não quero mais atrapalhar sua vida.” Pensei.

Depois de escutar aquilo de minha mãe, resolvi que seria melhor deixá-la ser feliz mesmo que eu não fizesse parte dessa felicidade. Resolvi ir embora de casa. Ela ficou relutante no começo, não queria me deixar ir, mas no final cedeu ao meu pedido.

Sob sua permissão passei a morar na pensão de uma conhecida dela. Não era era muito grande, tinha três andares. No primeiro ficava a recepção: com um grande balcão, sobre ele havia um telefone, alguns papéis e um computador, em frente ao balcão tinha dois sofás, um de frente para o outro, e uma pequena mesa entre os dois. No mesmo andar também tinha a cozinha: com uma geladeira, ao seu lado havia uma pia, no centro da cozinha tinha uma mesa e em frente a pia, do outro lado, o fogão. Ao lado da cozinha era a sala de jantar, com uma enorme mesa ao centro, que tinha capacidade para acomodar até quinze pessoas. No segundo e terceiro andares eram os quartos. São seis quartos por andar e todos eram iguais, ambos tinham uma cama de casal, um criado-mudo, televisão, uma janela e um guarda-roupa. E por fim, em cada andar da pensão tinha dois banheiros, um para as mulheres e o outro para os homens.
Minha mãe deixou-me lá aos cuidados de sua amiga e também dona da pensão, Kitani Sayumi, uma mulher gentil de, aproximadamente, trinta anos, alta, morena, cabelos negros e olhos azuis. Como eram muito amigas e quase irmãs, a Senhora Sayumi aceitou cuidar de mim.

[Fim do Sakura’s POV]

E foi assim que passou a viver Sakura. Todos os meses, sua mãe, a enviava uma certa quantia em dinheiro, que ficava na responsabilidade de Sayumi. Esta tirava o dinheiro do aluguel da pensão, comprava o que Sakura precisava e guardava o que sobrava. A rotina de Sakura era sempre a mesma: pela manhã ia à escola, a tarde ajudava Sayumi a cuidar da pensão e a noite estudava. A senhora Haruno a visitava uma vez por mês, mas depois de um tempo parou de ir vê-lá. Passando a Mandar somente dinheiro.

[Oito anos depois]

Sakura agora tinha dezoito anos, seus cabelos estavam curtos, na altura dos ombros, e tinha um corpo escultural. Ela se encontrava na recepção da pensão, trabalhando. Agora era maior de idade e precisava se sustentar. Estava registrando mais um adolescente. Estavam no mês das férias escolares e a pensão estava lotada de jovens. Só havia um quarto vago. Porém, não constava nada no livro de registro, sobre a pessoa que tinha feito a reserva. Então resolveu perguntar a Sayumi.

- Sakura: Sayumi-san... – Começou, aproximando-se de Sayumi, que estava sentada em um sofá, em frente ao balcão da recepção. – Há um quarto reservado, mas no livro de registro não está escrito quem o reservou. De quem se trata?
- Sayumi: Ah! Sim, sim. Eu já havia me esquecido de lhe dizer. Está reserva é para meu sobrinho. Ele está de férias da faculdade e vem passar uns dias conosco. – Falou alegremente.
- Sakura: E como ele se chama?
- Sayumi: Ele se chama... – Não pôde terminar de falar, pois fora interrompida por um rapaz que gritava aos quatro ventos que havia chegado.
- ????: Tia Sayumi!!! – Gritava o rapaz, correndo em direção a ela e a abraçando.
- Sayumi: Olá! Há quanto tempo... Naruto. – Falou, retribuindo o abraço dele. O jovem era muito bonito, aparentava ter dezenove anos, era loiro, alto, pele clara e tinha olhos azuis. Vestia uma bermuda preta, blusa branca e calçava chinelos.
- Naruto: Pois é! – Disse soltando-se do abraço. – E quem é essa, tia? –Se referindo a Sakura, que estava ao lado de Sayumi.
- Sayumi: Ah! Está é Sakura. Eu já tinha lhe falado sobre ela antes. Lembra-se?
- Naruto: Claro! Lembro sim. Toda vez que a senhora ia lá em casa falava dela. Ela realmente é muito bonita, tia. – Ele sorriu para Sakura, que corou com o elogio.
- Sayumi: Eu disse que era.
- Naruto: Prazer em conhece-lá, Sakura-san. – Estendeu a mão para Sakura, cumprimentando-a.
- Sakura: Muito prazer, Naruto-san. – Apertou a mão dele, sorrindo gentilmente.
- Sayumi: Bem... Agora que já estão apresentados, vou lhe mostrar o seu quarto, Naruto. – Disse, enquanto subia as escadas, sendo seguida pelo loiro.

Nos dias que se seguiram, Naruto e Sakura, passeavam freqüentemente e conversavam muito, sobre várias coisas. Estavam tão íntimos que pareciam se conhecer a anos. Era fim de tarde e eles estavam caminhando por uma praça muito bonita, bastante ampla e com muitas árvores ao seu redor, no meio dela havia um parque, onde algumas crianças brincavam alegremente. Estavam em silêncio há dez minutos, e Naruto já não estava mais agüentando ficar calado. Então resolveu puxar assunto, porém, o tema escolhido não agradou a Haruno. Ele havia perguntado sobre a família dela. O semblante dela entristeceu. Não era um assunto que gostava de falar. Mas o loiro lhe transmitia confiança, então contou tudo a ele. Naruto ouvia atentamente sem interrompe-lá. Depois de escuta-lá, ele disse:

- Naruto: Sinto muito pelo que aconteceu a você, Sakura-chan. Deve ter sido uma barra enfrentar tudo isso sozinha... Sem nenhum amigo por perto para te dizer uma palavra de carinho, te consolar. Eu sei bem como é se sentir assim... – A garota se surpreendeu com as palavras de Naruto. Mas surpreendeu-se mais ainda pelo que ele disse no final. Então Naruto começou a falar sobre sua família e de como ele havia perdido seus pais em um grave acidente de carro, quando tinha oito anos. Desde então morava com seu tio Jiraiya. Sakura ficou triste pelo loiro. Era a primeira vez que estava vendo Naruto tão desanimado. Nunca pensou que algo assim tivesse acontecido com ele. Ele sempre era alegre e afoito, nunca se entristecia por nada.

- Sakura: Sinto muito, Naruto-kun. – Disse tristemente.
- Naruto: Tudo bem. – Ele sorria para a Haruno, que não entendia como ele podia sorrir daquela forma depois de ter acontecido tudo aquilo a ele. – Sabe... Até pouco tempo atrás, pode não parecer, mais eu não era de sorrir muito. Na verdade, a única coisa que eu sabia fazer era chorar. Eu sempre chorava ao me lembrar de meus pais. Mas um dia percebi que de nada adiantaria ficar chorando pelos cantos. Dessa forma eu só iria me sentir pior ainda. Então, ao invés de chorar, resolvi sorrir. Era o que meus pais iriam querer. Me ver sorrindo. Eles sempre faziam de tudo para me ver sorrindo. Então é o que faço. “O sorriso e a alegria afastam os pensamentos ruins e a tristeza.” Era o que meus pais sempre diziam. – Sakura ouvia tudo atentamente. – Então Sakura-chan... Deixe a tristeza para trás... Se você precisar pode contar comigo, eu vou te ajudar a superar tudo aquilo de ruim que aconteceu com você. - Sakura não sabia o que falar. Era o que mais queria... Deixar para trás todo aquele sofrimento que a atormentava. Antes não conseguia por que não tinha ninguém que a ajudasse. Mas, agora, Naruto estava ali a seu lado dizendo que podia contar com ele. Ela estava confusa e Naruto, percebendo isso, disse:

- Naruto: Você disse que hoje faz exatamente oito anos que você foi embora de casa, não é? – Sakura confirmou com a cabeça. – Então, aproveitando essa data, eu quero que você me prometa uma coisa... A partir de hoje eu quero que você esqueça todas as coisas ruins que aconteceram contigo... Que deixe para trás todo o sofrimento pelo qual passou... Eu não quero te ver sofrendo, Sakura-chan. Então, hoje, passe uma borracha nas coisas tristes do seu passado e recomece. Sorria e seja feliz. – Ele enxugou, com o dedo polegar, uma lágrima que escorria pelo macio rosto da Haruno. A mesma corou com o ato. O loiro sorria gentilmente. A determinação de Naruto estava deixando-a mais confiante.

“Talvez o Naruto-kun esteja certo. Todos estes anos em que passei sofrendo e chorando não me serviram de nada. Trouxeram-me apenas mais dor e sofrimento. Já basta de sofrer. Mudarei. A partir de hoje me tornarei uma pessoa melhor... Feliz... Assim como o Naruto-kun.” Pensou Sakura, decidida.

- Sakura: Está bem Naruto-kun! Farei o que disse. – Ela sorriu docemente. Ele retribuiu com um sorriso carinhoso.
- Naruto: Você fica mais bonita ainda quando sorri desse jeito. – Disse, enquanto acariciava o rosto da garota, que estava totalmente corada, tanto pelo elogio quanto pela aproximação do rapaz. Naruto foi se aproximando cada vez mais do rosto da Haruno, até que seus lábios finalmente se encontraram. Beijaram-se. Um beijo doce e carinhoso e longo. Separaram-se em busca de ar. Ficaram se olhando durante alguns minutos, até que Naruto tomou a iniciativa de falar.
- Naruto: Sabe Sakura-chan, apesar de te conhecer a poucas semanas... Eu... – Ele estava nervoso. – Eu percebi que estou apaixonado por você. – Sakura o fitava atentamente. – Eu gosto muito de você Sakura-chan. – Ele corou após dizer isso. Sakura não acreditava no que estava ouvindo. Era bom demais pra ser verdade. Estava feliz pela declaração de Naruto, pois também havia se apaixonado por ele.
- Sakura: Eu fui pega de surpresa, Naruto-kun. Nunca imaginei que você fosse me dizer isso. – Naruto ficou ainda mais nervoso pelo que ela poderia dizer a ele. Tinha medo que ela rejeitasse seus sentimentos. – Eu também tenho que te contar uma coisa... – As maças do rosto dela ficaram rubras. – Eu também gosto muito de você. – Ela percebeu o quão alegre ele havia ficado depois de ouvi-la dizer isto.
- Naruto: Sakura-chan você quer namorar comigo? – Perguntou ansioso pela resposta.
- Sakura: Mais é claro que sim! – Ela estava feliz. E o loiro também estava. Selaram mais uma vez seus lábios em um beijo apaixonado.

[Um mês depois]

Sakura estava trabalhando na recepção da pensão. Agora sempre exibia um enorme sorriso em seu rosto. Naruto havia voltado para casa, mas todos os finais de semana vinha visitá-la. Sakura estava se sentindo feliz como nunca esteve em toda a sua vida, pois estava apaixonada. Amava Naruto e assim como ele a amava. Amor... Sentimento que é mais forte que tudo... Que faz as pessoas agirem com o coração em vez da razão... O amor dos dois era sincero, puro e se dependesse de Sakura e Naruto iria durar muito... Muito tempo.


“É melhor esquecer e sorrir do que recordar e entristecer-se.” (Cristina Rosseti)

Fim.

Hai!! Esta foi a primeira One-shot que escrevi. Espero que tenham gostado.


sábado, 25 de dezembro de 2010